Journal_path
Revista
Revista Brasileira de Geociências
Volume
Número
Ano
Data da Publicação
01-03-2003
Palavras-chave
Análise de fácies | Formação Playa Hermosa | glaciação | Neoproterozoico | Tempestitos | Turbiditos | Uruguai
Title (English)
STORMWAVE INFLUENCED GLACIMARINE DEPOSITS OF THE PLAYA HERMOSA FORMATION NEOPROTEROZOIC PIRIÁPOLIS URUGUAY
Abstract (English)
Storm-wave influenced glacimarine deposits of the Playa Hermosa Formation (Neoproterozoic) crop out along the beaches of Playa Grande and Playa Hermosa (town of Piriápolis, southern Uruguay). These deposits are characterized by fining-upward cycles composed, from the base to the top of successions of: (i) conglomerates and sandy-rhythmites in decimetric layers showing similar processes of rain-out, which pass to, (ii) finely laminated and rippled centimetric sandstones with deformed beds and outsized clast up to 71cm of size, with associated bending and rucking structures, (iii) well-sorted fine centimetric sandstones with swaley and hummocky cross-stratification and wave ripples interpreted as sandy tempestites which are recovered by (iv) finely laminated rhythmtes affected by intrusions of trachytes, syenites and rhyolites of the Sierra de Animas Suite (570-550 Ma). The main evidences for a glaciomarine origin includes: (i) the confirmed presence of a dropstone in fine-grained sediments indicating a hydrodynamic paradox, (ii) the presence of massive conglomeratic sandstone facies formed by rain-out processes and (iii) according to specialized literature the paleomagnetic data indicative of a low to intermediate position for the Rio de La Plata Craton in the Neoproterozoic. The loneclast was interpreted as a dropstone due to the anomalous size, the hydrodynamic paradox and the composition, farther that other forms of transport are rejected here (e.g. organic transport).
Keywords (English)
facies analysis | glaciation | Neoproterozoic | Playa Hermosa Formation | Tempestites | turbidites | Uruguay
Páginas
1-12
Título
TEMPESTITOS COM INFLUÊNCIA GLACIAL DA FORMAÇÃO PLAYA HERMOSA NEOPROTEROZÓICO PIRIÁPOLIS URUGUAI
Descrição
Depósitos glaciogênicos afetados por ondas de tempestade (tempestitos) de idade provável neoproterozóica ocorrem na região de Piriápolis, no extremo sul do Uruguai. Estes depósitos fazem parte da Formação Playa Hermosa que aflora ao longo da orla das praias Grande e Hermosa na referida cidade. As rochas desta unidade incluem ciclos granodecrescentes formados, da base para o topo, por: (i) sucessões decimétricas de conglomerados com grânulos e seixos, esporadicamente até calhaus, e arenitos conglomeráticos com evidências de processos de chuva de detritos a partir de blocos flutuantes de gelo (rain-out) que passam para (ii) sucessões centimétricas de arenitos finos a muito finos laminados e com marcas onduladas, bem selecionados, com níveis deformados, portando clasto isolado de tamanho anômalo (outsized-clast), de 71 cm de eixo maior, que deforma as camadas subjacentes, e ritmitos heterolíticos que culminam com (iii) sucessões centimétricas de arenitos finos, bem selecionados, com estratificações cruzadas tipo swaley e hummocky interpretados como depósitos de tempestitos que são, por sua vez, recobertos na porção superior da exposição por (iv) ritmitos laminados afetados por intrusões (traquitos, sienitos e riolitos) pertencentes à Suíte Sierra de Animas (570-550 Ma). As principais evidências que permitiram inferir ambiente glaciogênico para esses depósitos são: (i) a presença de clasto isolado em meio a sedimentos finos constituindo um clasto caído (dropstone) indicando paradoxo hidrodinâmico, (ii) evidências de aporte de material areno-rudáceo por chuva de detritos a partir de blocos de gelo flutuantes e (iii) dados paleomagnéticos (de acordo com a bibliografia especializada) que indicam uma posição paleogeográfica para o Cráton Rio de La Plata e regiões vizinhas em latitudes baixas e intermediárias e, por conseqüência, próximo ao pólo terrestre no Neoproterozóico. O clasto isolado foi interpretado como clasto caído devido às suas características intrínsecas (e.g. tamanho anômalo, paradoxo hidrodinâmico) e também pelo fato de que outras formas de transporte da clastos são aqui descartadas (e.g. transporte orgânico).
Autores
GELSON LUÍS FAMBRINI | RENATO PAES DE ALMEIDA | CLÁUDIO RICCOMINI | ANTÔNIO ROMALINO S. FRAGOSO-CESAR