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11866-14945-1-CE
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Revista
Revista Brasileira de Geociências
Volume
Número
Ano
Data da Publicação
01-12-1990
Palavras-chave
Title (English)
WAVEDOMINATED DELTAS: CRITIQUE TO CURRENT IDEAS WITH PARTICULAR REFERENCE TO COLEMAN & WRIGHT'S MODEL
Abstract (English)
The study of coastal evolution of strandplains associated with major rivers along the eastern coast of Brazil, considered to be typical wave-dominated deltas, has shown mat existing models of deltaic sedimentation (e.g. Coleman & Wright) can not properly explain the Quaternary evolution of these areas. Deltaic sedimentation models in wave-dominated settings have drawn heavily from Holocene examples whose coastal evolution were poorly understood (e.g. São Francisco, Senegal, Nile rivers). Circularity of reasoning and uncritical application of principles of deltaic sedimentation to those areas have men resulted hi a series of misconceptions. These misconceptions are discussed in the light of information from the eastern coast of Brazil. The discussion focuses in three aspects. Firstly, the existing modelsdo not accountfor changesin sea level which have played a fundamental role during the evolution of the Brazilian strandplains. Secondly it is traditionally assumed mat dip-feeding is the predominant way of introduction of sediment to the strandplain. For the Brazilian areas strike-feeding by longshore currents played an important role in introducing sediments to the strandplain. In some cases the volume of sediments introduced by longshore currents greatly surpassed the volume of riverborne sediment. Thirdly, the existing models assume mat autocyclic processes are the most important in controlling channel switching at the strandplain. In the eastern coast of Brazil external forcing by high frequency Holocene sea level changes was the main factor in controlling channel switching. Finally it is suggested the use of the term delta to be restricted to those coastal accumulation forms in which riverine processes are the solely responsible for the observed fades distribution. Such attitude would certainly avoid much of the confusion that permeates the literature today.
Keywords (English)
Páginas
352-361
Título
DELTAS DOMINADOS POR ONDAS: CRÍTICAS ÀS IDÉIAS ATUAIS COM REFERENCIA PARTICULAR AO MODELO DE COLEMAN & WRIGHT
Descrição
O estudo da evolução quaternária de planícies de cordões litorâneos associados às maiores desembocaduras fluviais da costa leste do Brasil, consideradas como típicos deltas dominados por ondas, demonstra que os modelos existentes de sedimentação deltaica (e.g. Coleman & Wright) não explicam de forma apropriada a evolução quaternária dessas áreas. Modelos de sedimentação deltaica em ambientes dominados por ondas se basearam em exemplos holocênicos cuja evolução, à época do desenvolvimento desses modelos, era pobremente compreendida (e.g. Rios São Francisco, Senegal e Nilo). Apriorismo, raciocínio circular e aplicação não crítica de princípios de sedimentação deltaica para estas áreas pouco conhecidas, resultaram em concepções errôneas. Estas concepções errôneas são discutidas à luz de informações obtidas pelo estudo da evolução quaternária da costa leste do Brasil. A discussão focalizará três aspectos principais: 1. os modelos existentes não levam em conta as variações do nível do mar, as quais desempenharam um papel fundamental durante a evolução das planícies de cordões litorâneos brasileiras associadas a desembocaduras fluviais; 2. supõe-se tradicionalmente que alimentação transversal (dip-feeding) 6 o modo predominante de introdução de sedimentos em planícies de cordões litorâneos associadas a desembocaduras fluviais. No caso dos exemplos brasileiros, a alimentação longitudinal (strike-feeding) por correntes longitudinais geradas por ondas desempenhou um papel importante na introdução de sedimentos arenosos para essas planí- cies. Em alguns casos, o volume de sedimentos introduzidos por correntes longitudinais comprovadamente suplantou o volume de sedimentos fluviais; 3. os modelos de sedimentação deltaica existentes assumem que processos autocíclicos foram os mais importantes a controlar mudanças na posição dos canais fluviais (channel switching), nas planícies de cordões litorâneos. Na costa leste do Brasil, elementos forçadores externos (alociclicidade), tais como subidas do nível relativo do mar, foram os principais fatores a controlar mudanças na posição dos canais fluviais. Finalmente, sugere-se que o uso do termo "delta" seja restrito àquelas acumulações costeiras nas quais processos fluviais são os únicos responsáveis pela distribuição de fades observada. Tal atitude certamente evitaria muito da confusão que permeia atualmente a literatura.
Autores
JOSÉ MARIA LANDIM DOMINGUEZ