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Revista
Boletim IGA
Volume
Ano
Data da Publicação
01-12-1970
Abstract (English)
About eighty K-Ar age determinations were carried out on samples from the Brazilian South Atlantic islands, and on samples of magmatic rocks associated to post-palaeozoic fractures of the Brazilian coast. 37 analyses were obtained from 27 rock samples of Trindade island. The results show that most of the intrusive rocks of the Trindade Complex (basic and ultrabasic dikes, and phonolitic plugs) were formed during a volcanic cycle between 2.9 and 2.3 m. y. Some older results, up to 3.6 m. y. were also found. The lava flows of the Desejado Sequence exibited ages close to 2.5 m. y. A maximum age of 0.17 m. y. was postulated for the Morro Vermelho Formation, but no significant results could be obtained for the younger formations. Two samples of rocks from Martin Vaz were analysed. One of them showed a 60 m. y. apparent age, regarded as anomalous. 28 determinations were carried out on 23 rocks from Fernando de Noronha Archipelago. The phonolitic rocks, intrusives into the Remédios Formation, exibited ages close to 9 m. y. Other intrusive bodies resulted older, up to 12 m. y. Apparently, the nepheline basanite of the São José island is synchronous with the Remédios volcanism, and the ankaratritic lava flows of the Quixaba Formation are younger, with results between 6.3 and 1.7 m. y. The islands of Abrolhos are the remnants above sea level of a volcanic cone on the continental shelf. Some of their basaltic rocks were dated, with results between 52 and 42 m. y. The analysed samples belong to the last phases of the volcano, which started at least in the Upper Cretaceous, based on fossil evidences . Post-palaeozoic anorogenic magmatic activities on the continental cratonic margin were also considered. Basaltic volcanism of the Paraná and Parnaiba basins took place in Lower Cretaceous times, but started somewhat earlier. The alkalic rocks of Southern Brazil, the igneous suite of Cabo, Pernambuco, and several intrusives of northeastern Brazil indicate that magmatic events were going on along the Brazilian coast until at least Miocene times. The oldest ages found for the volcanic cones of the South Atlantic are always consistent with the hypothesis' of ocean £oor spreading. The data here assembled suggest that the opening of the South Atlantic rift started in the Jurassic.
Páginas
09-75
Título
Idade do vulcanismo no Oceano Atlântico Sul
Descrição
Este trabalho apresenta aproximadamente 80 determinações inéditas de idade, pelo método potássio-argônio, realizadas em rochas provenientes de ilhas vulcânicas do Oceano Atlântico Sul. As determinações foram executadas no Centro de Pesquisas Geocronológicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo; o potássio foi analisado por meio de fotometria de chama, e o argônio 40 por diluição isotópica, mediante emprego de traçador de argônio 38. A precisão das análises de .potássio é demonstrada pela reprodutibilidade dos resultados, que apresentam desvio percentual médio de 0,37%. Análises de argônio são em geral reprodutíveis dentro de erro de 2% , com exceção dos casos em que a correção efetuada para argônio 40 atmosférico atinge grandes proporções em relação ac radiogênico existente. O erro experimental total, para a maioria das análises, é da ordem de 3% , sendo poucos ob casos em que a margem de 10% é ultrapassada. No entanto, em 3 casos de rochas extremamente jovens, somente pôde ser determinado o limite superior (idade máxima) de cada amostra. A validade do método foi demonstrada pela concordância dos resultados de análises de rocha total e de minerais separados provenientes das mesmas amostras. Não foram verificadas quantidades substanciais de argônio em excesso, capazes de invalidar os resultados, e somente em alguns casos pôde ser constatada a presença de material contaminante. 37 análises foram efetuadas em 27 rochas da Ilha de Trindade, e 4 outras em 2 rochas dos rochedos de Martin Vaz. Verificou-se que grande parte das rochas h trusivas que pertencem ao Complexo de Trindade (diques básicos e ultrabásicos, além de intrusivas fonolíticas) formaram-se durante ciclo vulcânico que se manifestou entre 2,9 e 2,3 m.a. No entanto, foram obtidos alguns resultados mais antigos, até cerca de 3,6 m.a. , em algumas rochas de dique do mesmo Complexo . As rochas da Seqüência Desejado formaram-se em ciclo próximo a 2,5 m.a. , e para as formações Morro Vermelho, Valado e Vulcão do Paredão, mais recentes, não puderam ser obtidos resultados significativos. Uma das duas amostras dos rochedos de Martin Vaz revelou idade próxima a 60 m.a., totalmente anômala em relação ao conjunto obtido para a ilha vizinha de Trindade. 28 determinações foram efetuadas cm 23 rochas do Arquipélago de Fernando de Noronha. A maioria das intrusões fonolíticas da Formação Remédios apresentou idades próximas de 9 m.a. , e alguns outros corpos intrusivos mostraram-se mais antigos, com até cerca de 12 m.a. . Aparentemente, os derrames dc nefelina-basanito são contemporâneos ao ciclo vulcânico da Formação Remédios, e os derrames ankaratríticos da Formação Quixaba lhes são posteriores, dando idades entre 6,3 e 1,7 m.a. As ilhotas do arquipélago dos Abrolhos representam os remanescentes, acima do nível do mar, de edifício vulcânico que se formou na plataforma continental. Algumas de suas rochas, de natureza basáltica, foram datadas com resultados entre 52 e 42 m. a., do Eoceno. Estas atividades são referentes às últimas fases do ciclo vulcânico, que se iniciou pelo menos no Cretáceo superior, como parecem indicar as evidências paleontológicas . Foram datadas também (neste trabalho, ou em pesquisas anteriores) diversas rochas do continente, próximas do litoral, associadas a atividades ígneas pós-paleozóicas, de caráter anorogênico, e essencialmente ligadas a fraturas na crosta. Verificou-se que as atividades basálticas das bacias do Paraná e do Parnaíba tiveram sua fase principal no Cretáceo inferior. As idades das rochas alcalinas do Brasil meridional, das rochas ígneas do Cabo Santo Agostinho, de diversas rochas básicas do nordeste brasileiro, da rocha fonolítica de Mecejana, e da rocha basáltica de Caravelas indicaram atividades magmáticas contínuas ao longo da costa brasileira, desde o Cretáceo inferior até pelo menos o fim do Terciário. As idades mais antigas encontradas nos edifícios vulcânicos do Atlântico Sul, podendo representar em alguns casos idades próximas do início das atividades vulcânicas, são sempre consistentes com a hipótese do crescimento do assoalho oceânico. Os dados geocronológicos no Atlântico Sul, assim como em rochas ígneas da costa brasileira, não contrariam a Teoria da Deriva Continental, embora não possam ser considerados definitivos para a sua comprovação, e permitem sugerir o início da abertura do Atlântico Sul, a partir do Jurássico.
Autores
Umberto G Cordani