ESTUDOS MINERALÓGICOS, GEOQUÍMICOS E PALINOLÓGICOS DE SEDIMENTOS DE MANGUEZAIS DO NORDESTE DO ESTADO DO PARÁ
Resumo
Os manguezais constituem ecossistemas muito marcantes no nordeste da Amazônia e um dos melhores exemplos este localizado na planície costeira marinha do estado do Pará próximo à cidade de Bragança. Este foi objeto de pesquisas multidisciplinares (palinologia, mineralogia, geoquímica multi-elementar e datação por radiocarbono) no sentido de identificar as condições paleoambientais durante o Quaternário Recente, principalmente as paleoclimáticas e a interação entre as condições continentais e marinhas. Os dados geológicos, físico-químicos, a composição mineralógica e química, e a geoquímica multi-elementar permitiram identificar duas zonas distintas em um perfil do manguezal com 640 cm de profundidade: uma ácida, redutora, com alta salinidade, rica em matéria orgânica, argilominerais (esmaetita e caulinita), halita, pirita e feldspatos, da superfície até 300 cm; e outra alcalina, oxidante, com baixa salinidade, rica em diatomáceas e quartzo. A composição química apresenta assinatura de material terrígeno tipo latossolo derivado da Formação Barreiras além de influência marinha (Sr, Ba, Na, K, Mg, CI e F) como fonte para os sedimentos dos manguezais. As análises de pólen e dados de radiocarbono permitem, por outro lado, identificar três zonas: as duas primeiras correspondem a parte do perfil próxima a superfície, depositada sob baixa taxa de sedimentação durante os últimos 1770 anos. A terceira zona é correlacionável com a alcalina oxidante, depositada de 2170 a 1770 anos AP sob altas taxas de sedimentação. O diagrama de pólen mostra o domínio de clima úmido e a composição mineralógica e química indicam ainda uma contribuição marinha e forte evaporação e oxidação próximo à superfície.
Palavras-chave
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