Wollastonita-escapolita-clinopiroxênio mármore do Complexo Anápolis-Itauçu, Goiás: evidência adicional de metamorfismo de temperatura ultra-alta
Resumo
Em pedreira próxima a Goianira, Goiás, ocorrem mármore impuro e rochas calcissilicáticas com grande variedade de associações metamórficas. O objetivo principal do presente trabalho é o mármore impuro da pedreira, composto por calcita, clinopiroxênio, escapolita, wollastonita, titanita, feldspato ternário, quartzo e ilmenita. Wollastonita e escapolita ocorrem em porções de composição adequada e a ocorrência dos dois minerais em contato é diagnóstica de condições de metamorfismo de temperatura ultra-alta (T > 900 °C). Em lâmina petrográfica, raramente a coexistência de wollastonita e escapolita é observada. Normalmente wollastonita apresenta coroa de calcita+quartzo e quando está próxima à escapolita, são separadas por coroa complexa de grossulária com quartzo, plagioclásio e calcita. A coexistência de wollastonita e escapolita ocorreu durante o auge do metamorfismo e as coroas de reação foram originadas durante o resfriamento após o pico metamórfico. Outra evidência de metamorfismo de temperatura ultra-alta é a presença de feldspato ternário, em que exsoluções de andesina ocorrem em ortoclásio. Idade ID-TIMS U-Pb em titanita é de 632 ± 6 Ma, interpretada como idade de resfriamento após o pico do metamorfismo de temperatura ultra-alta. Idade de grãos de zircão de intrusivas máficas das proximidades de Goianira é 626 ± 2 Ma. Como existe sobreposição dessas idades, considerando as incertezas, não é possível descartar que o metamorfismo de temperatura ultra-alta tenha como fonte o calor do magma intrusivo.
Palavras-chave
Complexo Anápolis-Itauçu; Faixa Brasília; Metamorfismo de temperatura ultra-alta; Rocha calciossilicática; Wollastonita+escapolita.
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