Deformação neógena e suas implicações na estruturação dos campos de petróleo na região de Icapuí-Ponta Grossa (CE), Bacia Potiguar emersa
Resumo
Em falésias costeiras no extremo oeste da Bacia Potiguar (Plataforma de Aracati), a Formação Barreiras, de idade miocênica, exibe estruturas que caracterizam uma deformação de expressiva magnitude. O levantamento em detalhe da geometria das falhas e dobras que afetam a Formação Barreiras conduziu ao reconhecimento de estruturas distensionais (na localidade Ponta Grossa) e oblíquas contracionais (localidade Vila Nova, próxima a Icapuí), associadas a um sistema de transcorrências com direções NE (nestas localidades) e NW (Falha de Afonso Bezerra, na porção central da bacia). Os dados obtidos permitem caracterizar um campo de tensões de idade neógena, que gerou falhas, dobras e estruturas hidroplásticas, incluindo trama SL e zonas de cisalhamento, e reativou estruturas mais antigas, presentes na seção sedimentar neocretácea, subjacente. A reinterpretação de seções sísmicas desta região e outros dados geológicos em várias localidades da Bacia Potiguar, permitiram delinear estruturas correlatas (em estilo e regime cinemático) afetando as rochas siliciclásticas da Formação Açu e carbonáticas da Formação Jandaíra, bem como basaltos da Formação Macau, cuja idade situa-se no limite Oligoceno-Mioceno. O reconhecimento desse arcabouço estrutural demanda compatibilizar a deformação em superfície com aquela observada nas seções sísmicas, que inclui pulsos/eventos cuja idade pode ser mais antiga (intervalo Neocretáceo a Paleógeno). Este modelo traz implicações importantes para a estruturação (geometria, cinemática, idade de trapas) dos reservatórios de petróleo (especialmente os arenitos da Formação Açu, no Campo de Fazenda Belém) e dos processos de migração e armadilhamento de hidrocarbonetos neste setor da Bacia Potiguar.
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