Morfologia e padrões petrográficos dos derrames pahoehoe e'a'ā da Formação Serra Geral na Sinclinal de Torres (Rio Grande do Sul)
Resumo
A Formação Serra Geral na Sinclinal Torres, no Rio Grande do Sul, pode ser dividida em uma calha principal, uma zona intermediária e uma ombreira ao Sul. As primeiras manifestações vulcânicas nesta sinclinal marcam condições de taxas de efusão baixas (< 5 m³/s), com as lavas do tipo pahoehoe espessas (ponded) ocupando espaços interdunas da Formação Botucatu. O segundo episódio vulcânico é constituído por derrames tabulares que atingem 3 m de espessura em casos excepcionais, com taxas de fusão semelhantes às primeiras manifestações. O terceiro gerou morfologia do tipo 'a'ā, que pode ser atribuído a um aumento nas taxas de efusão, dadas as semelhanças químicas desses com as morfologias pahoehoe. As lavas 'a'ā são constituídas por plagioclásio e piroxênio, sendo geralmente afaníticas ou afíricas, sendo comum também texturas intersetal e glomeroporfirítica, acompanhadas de grande densidade populacional de micrólitos de plagioclásio na matriz (<< 0,1 mm em diâmetro). Os lobos e derrames pahoehoe possuem texturas glomeroporfirítica e diktitaxítica, indicativas de um alto conteúdo de voláteis nos magmas, sendo comparativamente mais granulares. A densidade populacional de micrólitos de plagioclásio na matriz é menor do que as das lavas 'a'ā. O maior conteúdo de micrólitos nestas últimas é atribuído ao subresfriamento, à desvolatização e à taxa de erupção. Correlações estratigráficas regionais entre derrames da Formação Serra Geral devem considerar o tipo morfológico dos das lavas, pois o tipo 'a'ā, ao contrário das pahoehoe, não atinge grandes distâncias da fonte.
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PDF (English)DOI: http://dx.doi.org/10.5327/Z0375-75362012000400007
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