As mineralizações de grafita do Distrito de Aracoiába-Baturité (CE): implicações geotectônicas e metalogenéticas
Resumo
Na região de Aracoiába-Baturité, a subunidade Baturité (Grupo Ceará) foi dividida em domínios Baturité I e II. O Domínio Baturité I compreende uma sequência supracrustal paraderivada, formada em ambiente correspondente à zona de talude continental, sobreposta a rochas ortoderivadas paleoproterozoicas do Complexo Gnáissico-Migmatítico. Os gnaisses aluminosos portadores de grafita associados ao Domínio Baturité I foram comparados aos tipos encontrados nos cinturões khondalíticos de diversas partes do mundo. O Domínio II apresenta ortoanfibolitos e metaturbiditos, tendo estas rochas sido formadas em zona de sopé de talude-planície abissal em fácies de mar profundo. As ocorrências de grafita dispõem-se desde Aracoiába até a região de Canindé, acompanhando a Subunidade Baturité, que representa um importante metalotecto regional. Os depósitos de grafita são do tipo grafita disseminada e maciça, as quais estão, respectivamente, associadas a gnaisse grafitoso (tipo disseminado) e a veios (tipo maciço)e apresentam diferentes origens genéticas (singenética e epigenética). Valores de δ13C entre -30 e -20% indicam que a grafita é derivada de matéria orgânica. As mineralizações epigenéticas são encontradas no entorno do plúton de Pedra Aguda (Complexo Gabro-Diorítico Anelar de Pedra Aguda) a uma distância máxima do corpo de 2,5 km. A faixa grafitosa do Distrito de Aracoiába-Baturité foi considerada como um remanescente de uma zona de subducção/zona de sutura derivada do processo de fechamento de um antigo oceano com a consequente colagem continental de dois microcrátons (bloco Baturité a norte e bloco Caio Prado a sul) durante a orogenia Brasiliana.
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PDF (English)DOI: http://dx.doi.org/10.5327/Z2317-48892013000200003
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