A FORMAÇÃO IRATI (PERMIANO) E FACIES ASSOCIADAS

Resumo

A análise critica da caracterização original da Formação Irati -termo basal do Grupo Passa Dois, Permiano, largamente ocorrente na bacia do Paraná e proposta por I. C. WHITE em 1908 - demonstra a sua imprecisão. Os fatos sugerem que a litologia distintiva do Membro Serra Alta (GORDON JR., 1947) integrava o Irati sensu White. Autores prévios chamaram a atenção para a associação intima entre o Irati da acepção geral-folhelhos negros pirobetuminosos com lentes ou leitos de calcário intercalados - e uma litologia tipo Serra Alta. Constituiu objetivo principal da presente nota a investigação dessas facies associadas, que ocorrem sob, intercaladas ou sobre o Irati. Foram selecionadas exposições representativas para cada caso e propostas designações informais para essas facies com base na sua situação. Assim, a facies Joaquim Távora corresponde a uma espessura variável de siltitos escuros mal estratificados com nódulos de calcário presente no Paraná e em Santa Catarina sob o Irati e perfeitamente distinguível do Palermo. A facies São Mateus equivale a zonas de siltitos ocorrentes, por vezes, dentro da Formação Irati no Paraná e Santa Catarina. No Estado de São Paulo, o Membro Taquaral proposto por O. BARBOSA e F. M. DE ALMEIDA em 1949 e o equivalente da facies Joaquim Távora: aos siltitos intercalares, deu-se o nome de facies Ribeirão Grande e os siltitos cinzentos da base da Formação Corumbataí, imediatamente sobrepostos ao Irati, recebem a designação de facies Paranapanema. Esta equivale ao Serra Alta, embora se distinguam por pecularidades litológicas. Concluem os Autores que o Irati s.s. representa uma fase redutora de importância variável dentro de um ciclo de sedimentação mais amplo, parcialmente também redutor iniciado (Paraná e Santa Catarina) após o Palermo e prolongado ate o fim do Serra Alta. No Estado de São Paulo o ciclo ter-se-ia iniciado com o Taquaral, estendendo-se ate a facies Paranapanema inclusive.