Magmatismo potássico primário produzido por fonte mantélica rica em anfibólio-clinopiroxênio-apatita no Cráton do São Francisco, Brasil, e o papel chave da heterogeneidade mantélica na diversidade do magmatismo alcalino
Resumo
Os meladioritos do Maciço Monzonítico de Gameleira, de natureza shoshonítica, ocorrem como diques e enclaves microgranulares máficos. Os diques constituem corpos com poucos centímetros de espessura que apresentam contatos bem definidos com os monzonitos encaixantes. Associação similar é comum em outros maciços alcalinos paleoproterozóicos do Núcleo Serrinha. A paragênese liquidus é representada por clinopiroxênio, anfibólio, apatita e mica. Cristais de feldspato ocorrem restritos aos interstícios. As rochas máficas apresentam composição com baixos conteúdos em sílica, possuem caráter alcalino bem definido, com conteúdo de Na2O+K2O superior a 3% e assinatura potássica (K2O/Na2O ≈ 2). As altas concentrações em MgO e Cr são compatíveis com líquido de natureza primária e as concentrações de elementos como Al, K, P, Ba e Ni, assim como os conteúdos dos ETR são compatíveis com gênese a partir de fusão de fonte mantélica metassomatizada e enriquecida em anfibólio, clinopiroxênio e apatita. Por outro lado, é adimitida uma fonte rica em clinopiroxênio, flogopita e apatita para a gênese do magmatismo lamprofírico ultrapotássico contemporâneo presente no Maciço Sienítico Morro do Afonso. A identificação de diferentes paragêneses da fonte responsável pela geração de lamprófiros ultrapotássicos e meladioritos potássicos no Núcleo Serrinha constitui uma indicação importante para auxiliar a compreensão da evolução geotectônica desta região.
Palavras-chave
Magmatismo potássico; Núcleo Serrinha; Metassomatismo mantélico.
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